quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Até quando?

No dia 14 de Julho de 2012, o repórter André Caramante publicou na Folha de São Paulo uma matéria com o seguinte título: "Ex-Chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook". O jornalista denunciava que o coronel reformado da Polícia Militar Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, candidato a vereador em São Paulo pelo PSDB nas eleições do último domingo, usava sua página no Facebook para “veicular relatos de supostos confrontos com civis”, sempre chamando-os de “vagabundos”. Em reação à matéria, Telhada conclamou seus seguidores no Facebook a enviar mensagens ao jornal contra o repórter, a quem se referia como “notório defensor de bandidos”. A partir daquele momento, redes sociais, blogs e o site da Folha foram infestados por comentários contra Caramante, desde chamá-lo de “péssimo repórter” até defender a sua execução, com frases como “bala nele”. Caramante seguiu trabalhando. No início de setembro, o tom subiu: as ameaças de morte ultrapassaram o território da internet e foram estendidas também à sua família.

No livro Rota 66, Caco Barcellos, um dos maiores jornalistas brasileiros, denunciou a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). O mesmo investigou o trabalho da ROTA entre 1970 e 1990 e confirmou que a ROTA atuava como uma máquina estatal de extermínio e responsável pela execução de milhares de pessoas. O repórter passou algum tempo fora do país devido a ameaças de morte.

Hoje, Caramante, vive fora do Brasil com medo das ameaças de morte sofridas por ele e que foram ampliadas à sua família. O ex-Chefe da ROTA foi eleito Vereador (PSDB) pela cidade de São Paulo com cerca de 89 mil votos.

Um comentário:

  1. É PH infelizmente essa é a cultura desse povo que não investiga a vida do seu candidato. Em quanto isso, esses candidatos usam à máquina pública, rede sociais para se promever e manipular essa massa. É isso.

    Um grande abraço companheiro.

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